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Um dos desdobramentos de minha investigação recente da linguagem se vincula aos meus processos anteriores, debruçados no campo da memória e autobiografia. O livro de artista ‘História da minha vida’ é construído a partir de uma apropriação de um exemplar antigo da autobiografia homônima de Charles Chaplin. Nesse sentido, interesso-me pela materialidade desse livro, que fora comprado em um sebo e restara escondido em uma prateleira pouco visitada de minha estante. 

Seduzido por seu título, sua diagramação, a condição física desgastada, as dedicatórias incorporadas – que remetem aos seus trânsitos, suas idas e vindas ao sebo –  passo a encará-lo enquanto território de uma possível reescrita. A partir daí, procuro executar operações de composição pela subtração do texto, criando espaços de escrita autobiográfica inseridos em uma dinâmica não linear de leitura, onde cada página se torna objeto de investigação. enfrentamento de minhas ansiedades e medos. 

A, então, história da minha vida, é um gesto de criação pela obliteração, de valorização da palavra em sua presença. Uma proposição de leitura de vacâncias e elipses. Na reescrita de suas 510 páginas, busco refletir acerca de meus fracassos pessoais que se relacionam à minha prática artística, relacionamentos, deambulações,  panorama político atual e  o enfrentamento de minhas ansiedades e medos.

One of the consequences of my recent investigation of language is linked to my previous processes, focused on the field of memory and autobiography. The artist's book 'History of my life' is built from an appropriation of an old copy of Charles Chaplin's homonymous autobiography. In that sense, I am interested in the materiality of this book, which had been bought in a bookstore and had remained hidden on a little visited shelf in my bookcase.

Seduced by his title, his layout, his worn-out physical condition, I begin to see him as the territory of a possible rewriting. From there, I try to perform composition operations by subtracting the text, creating spaces for autobiographical writing inserted in a non-linear reading dynamics, where each page becomes the object of investigation. coping with my anxieties and fears.

The story of my life, then, is a gesture of creation through the obliteration and valorization of the word in its presence. A proposition of reading vacancies and ellipses. In the rewrite of its 510 pages, I try to reflect on my personal failures that are related to my artistic practice, relationships, walks, current political panorama and the confrontation of my fears.

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