Matheus Pires
Retomo a gaveta em minhas produções. O “órgão da vida psicológica secreta”, para Gaston Bachelard, agora é receptáculo das relações que desenvolvo a partir de minhas coletas durante as caminhadas noturnas em Goiânia – durante o período de isolamento social – e minhas memórias familiares. A caminhada é um gesto poético recorrente em sua produção, sendo compreendida como uma prática estética de esquadrinhamento das riquezas simbólicas que permeiam o espaço de coexistência cívica. O processo de investigação, a partir do deslocamento enquanto expressão artística, é tido como um método de pesquisa, permitindo a coleta de objetos com relevância discursiva ou potência imagética para a composição de diálogos. Essa é a primeira gaveta da série ‘Gavetas Abertas’.
The drawer, the “organ of secret psychological life”, as said by Gaston Bachelard, is now the recipient of the relationships I developed with objects collected in my night walks in Goiânia – during the period of social isolation – and family memories. Walking is a recurrent poetic gesture in his production, being understood as an aesthetic practice of scrutinizing the symbolic riches that permeate the space of civic coexistence. The investigation process, based on displacement as an artistic expression, is seen as a research method, allowing the collection of objects with discursive relevance or imagery power for the composition of dialogues. This is the first drawer of the ‘Open Drawers’ series.